Independência do Brasil, uma história controversa


Principalmente nessa época do ano, marcada pelo feriado de sete de setembro que comemora a ‘independência’ do Brasil, nos deparamos com a seguinte questão: o Brasil tornou-se mesmo independente? A Independência é um dos fatos históricos mais importantes, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Contudo, os jovens cidadãos da atualidade questionam o significado da data. Para muitos, a independência não existe na prática. E essa afirmação é legitimada quando vemos o Brasil ser tão vulnerável a crises externas e tão dependente de tecnologia de outros países para manter o minguado ritmo do desenvolvimento atual. Se contrapondo a idéia de autonomia, logo após o Brasil declarar independência, a dependência econômica apenas começava: Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
O povo mais pobre sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou. Começava aí o endividamento da nação recém criada e a necessidade de recorrer a outros países aos primeiros sinais de problemas financeiros que foram freqüentes a partir de então.
Essa subordinação foi perpetuada até os dias de hoje, deixando o Brasil sempre na contramão do desenvolvimento e o deixando sempre na posição de ‘país do futuro’, de um futuro que não chega. Claro que a globalização também tem sua parcela de culpa, deixando as nações interligadas economicamente, tornando-as uma só em alguns aspectos, mesmo no caso de países desenvolvidos. Contudo, no caso do Brasil a questão da dependência financeira tem como seu ‘embrião’ a ingerência financeira, ganância e saques feitos deliberadamente por outros países em nossas até então ricas e férteis, com minas repletas de ouro e pedras preciosas. Foi aí que tudo começou. O Brasil passou a ser visto como paraíso dos que querem se dar bem sem se preocupar se o que vão fazer é lícito ou não, paraíso dos aproveitadores que mesmo após o grito do Ipiranga, teimaram em renegar a soberania do jovem país chamado Brasil.
Nos dias de hoje pouca coisa mudou, exceto de onde parte a ganância: além de interesseiros que vem de fora temos os que se aproveitam do país, se utilizando de cargos eletivos para ações escusas, desvio de verbas, distribuição de benesses e empregos a amigos, familiares e apadrinhados políticos. A cultura do caos está instalada em meio a cartões vermelhos no congresso, crise intermitente no senado, irregularidades administrativas, corrupção deliberada e toda sorte de vícios nas esferas federal, estadual e municipal. Vendo por esse lado a independência tão comemorada nesse mês não significa muito, tendo em vista as dependências externas e internas, pois de fato, o Brasil está dependente da aparição e atuação de bons políticos, que tenham compromisso com os anseios do povo e futuro da nação.
Ainda há uma luz no fim do túnel. O Brasil precisa da atuação mais politizada e não politiqueira dos cidadãos, principalmente no que diz respeito ao voto consciente que é o sagrado momento em que escolhemos nossos legítimos representantes. A saída para essa crise político-existencial está mesmo nas nossas consciências, e na nossa força de vontade é o poder que emana do povo que pode mudar essa triste realidade atual. E antes que eu esqueça... Feliz independência, Viva o Brasil!


Por JACKSON QUEIROGA do Sousaemfoco

2 comentários:

MARIA DO SOCORRO ABRANTES SARMENTO disse...

GERALMENTE QUANDO APROXIMA-SE O SETE DE SETEMBRO,VEM A NOSSA MENTE O RIO DO IPIRANGA,DOM PEDRO,E A CÉLEBRE FRASE:INDEPENDÊNCIA OU MORTE!
PROPONHO NESTE 7 DE SETEMBRO DE 2010,UMA REFLEXÃO SOBRE A CONDIÇÃO DE VIDA DE 190 MILHÕES DE BRASILEIROS,COMO VIVEM, O QUE PENSAM E O QUE FAZEM PARA MELHORAR ESTE PAÍS,E O QUE PLANEJAM PARA O FUTURO DAS PRÓXIMAS GERAÇÕES.


MARIA DO SOCORRO ABRANTES SARMENTO(ESCRITORA)

MARIA DO SOCORRO ABRANTES SARMENTO disse...

QUERO PARABENIZAR ESTE GRANDE JORNALISTA JACKSON QUEIROGA.ESTE ARTIGO QUE ELE ESCREVEU ESTÁ 10.
ADOREI LER

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