Efraim é campeão em transferir servidores do Senado para campanha eleitoral


Segundo levantamento divulgado pelo Estadão, o senador Efraim Morais (DEM) lidera o posto de parlamentar com a maior tropa de cabos eleitorais, pagos pelo Senado, que estão trabalhando em campanhas eleitorais nos estados de seus “assessorados”. O levantamento mostra que 52 dos seus servidores estão lotados na Paraíba durante a campanha eleitoral, ou seja, enquanto deveriam apenas cumprir expediente nos gabinetes, em Brasília, vieram ao Estado pedir votos, coordenar e ajudar nas atividades com fins eleitoreiros.

Em segundo lugar do ranking está Mão Santa (PMDB-PI), com 34 servidores repentinamente transferidos para o Piauí. A reportagem ainda constatou que, dos 53 senadores que disputam as eleições, pelo menos 33 aumentaram o quadro de servidores de confiança no período entre julho do ano passado e julho deste ano, e depois transferiram a maioria para os Estados. Só nos últimos 23 dias, desde o início oficial da campanha, 53 assessores foram realocados, segundo dados do sistema interno de Recursos Humanos, para os "escritórios de apoio" dos senadores, entre eles os dos candidatos Renan Calheiros (PMDB-AL), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Heráclito Fortes (DEM-PI), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Paulo Paim (PT-RS).

Desde início de fevereiro, foram cerca de 175, uma média de uma transferência por dia. Hoje, há cerca de 1,1 mil assessores espalhados pelo País recebendo salários do Senado sem nenhum tipo de fiscalização por perto que os impeça de atuar como cabos eleitorais. A prática, no entanto, foi regulamentada pelo Senado no ano passado, permitindo aos parlamentares terem assessores de confiança nos escritórios regionais sem necessariamente apresentar controle de frequência algum.

Outros casos

Osmar Dias (PDT), candidato a governador do Paraná, tem apenas três servidores oficialmente registrados em Brasília, poi os outros 21 estão como assessores no Estado. Primeiro-secretário do Senado e candidato à reeleição, Heráclito Fortes foi outro que colocou 25 servidores no Piauí e deixou apenas 8 em Brasília. Vice-presidente da Casa e de olho na eleição para governador, o tucano Marconi Perillo também deslocou 25 assessores para Goiás e manteve apenas quatro no Senado.

Os dois senadores postulantes ao governo em Santa Catarina, encheram seus escritórios de apoio no Estado. Dos 26 assessores de Raimundo Colombo (DEM), 20 trabalham em Santa Catarina. Entre os 22 funcionários de Ideli Salvatti (PT) no Estado está Claudinei do Nascimento. Além de secretário de Finanças do diretório do PT, é um dos coordenadores de campanha de Ideli. Oficialmente, recebe salários do Senado como assessor no escritório de apoio dela, que tirou licença durante a campanha.

Outros dois senadores paulistas que disputam a eleição de outubro têm mais assessores nos Estados do que em Brasília. Candidato ao governo, Aloizio Mercadante (PT) tem 16 servidores em São Paulo e apenas cinco no Congresso. Já Romeu Tuma (PTB) goza dos serviços de 15 funcionários por perto. Marcelo Crivella (PRB-RJ) faz parte do grupo que tem transferido assessores para o Rio nos últimos meses, sendo 20 até o momento ao lado do parlamentar.

Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) , por sua vez, não tem nenhum funcionário lotado em Brasília, mas 29 em seu Estado. Sua artimanha foi colocar servidores que vivem na capital federal como funcionários da liderança do PSB. Já o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), pôs 16 assessores em Roraima, enquanto o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), terá, durante a campanha para deputado federal, 21 servidores em Pernambuco. Seu aliado e candidato a governador, senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), deixou apenas sete assessores em Brasília e lotou 19 no Estado.

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